Tubarão-Cobra-da-África-Austral (Chlamydoselachus africana)
English Name:



• Southern African Frilled Shark
Tamanho: 100-120 cm de comprimento.
Vida Útil: 25 anos.
Peso: 5-15 kg.
O Tubarão-Cobra-da-África-Austral (Chlamydoselachus africana), é uma das criaturas mais enigmáticas e primitivas das profundezas do oceano, raramente avistado por humanos. Descoberto e distinguido do seu parente do Atlântico/Pacífico tubarão-cobra apenas em 2009, este tubarão é um verdadeiro "fóssil vivo", com características que remetem a milhões de anos atrás.
Aparência
Sua aparência é notavelmente primitiva. A cor do corpo é geralmente marrom escura ou cinza, o que o ajuda a se camuflar nas águas escuras do fundo do oceano. Possui uma cabeça relativamente achatada e olhos grandes e escuros, adaptados para enxergar na pouca luz das profundezas. A boca é grande e terminal, com numerosas fileiras de dentes tricuspidados, afiados como agulhas, que são ideais para agarrar presas escorregadias. As nadadeiras são pequenas e localizadas mais posteriormente no corpo, com uma única nadadeira dorsal.
Distribuição
O tubarão-cobra-da-áfrica-austral é, como o nome sugere, encontrado nas águas profundas do sudeste do Oceano Atlântico, especificamente ao longo da costa da África do Sul e, possivelmente, em áreas adjacentes. Habita encostas continentais e taludes submarinos em profundidades que variam de 300 a 1400 metros, embora a maioria dos avistamentos e capturas acidentais ocorra em torno de 500 a 1000 metros.
Hábitos e Estilo de Vida
É considerado um animal solitário, uma característica comum entre os predadores de águas profundas, onde os recursos são escassos e a competição intraespécie é minimizada pela dispersão. Presume-se que seja um predador ativo e oportunista, espreitando suas presas nas profundezas. Sua morfologia de corpo alongado sugere emboscada ou perseguição rápida em distâncias curtas. Acredita-se que seja ativo tanto de dia quanto de noite, devido à ausência de luz solar em seu habitat. Pouco se sabe sobre a comunicação nesta espécie. É provável que se baseie principalmente em sinais químicos ou eletropercepção, já que a visibilidade é mínima. Não há evidências de comunicação sonora complexa.
Dieta e Nutrição
Sua dieta consiste principalmente de cefalópodes (como lulas e polvos), peixes de águas profundas e, ocasionalmente, outros tubarões menores. Seus dentes em forma de agulha são perfeitamente adaptados para prender presas lisas e escorregadias, impedindo que escapem.
Hábitos de Acasalamento
As informações sobre o sistema de acasalamento são limitadas. Como muitos tubarões, acredita-se que o tubarão-cobra-da-áfrica-austral seja poligâmico ou promiscuo, com machos e fêmeas acasalando com múltiplos parceiros ao longo de suas vidas. O cortejo e a cópula provavelmente ocorrem em águas profundas, longe da superfície. A reprodução do tubarão-cobra-da-áfrica-austral é ovovivípara, o que significa que os ovos se desenvolvem e eclodem dentro do corpo da mãe, e os filhotes nascem vivos. No entanto, ao contrário de mamíferos marinhos, não há conexão placentária direta entre a mãe e os embriões. O período de gestação é extraordinariamente longo, estimado em até 3,5 anos (42 meses), o que é um dos mais longos entre todos os vertebrados conhecidos. Essa longa gestação é uma adaptação a um ambiente de águas profundas com recursos limitados, onde a produção de poucos, mas grandes e bem desenvolvidos, filhotes aumenta suas chances de sobrevivência. Os embriões são nutridos pelo saco vitelino (gema do ovo) enquanto se desenvolvem dentro do oviduto materno. As fêmeas geralmente dão à luz de 2 a 15 filhotes em cada ninhada. Os filhotes nascem com aproximadamente 40 a 60 cm de comprimento, já sendo versões em miniatura dos adultos e totalmente independentes. A baixa taxa de natalidade e a longa gestação tornam a espécie vulnerável a perturbações populacionais.
População
Ameaças à População
As principais ameaças ao tubarão-cobra-da-áfrica-austral são as capturas acidentais (bycatch) em pescarias de arrasto de fundo e redes de emalhar que operam em águas profundas. Embora não seja um alvo comercial, sua presença em habitats de pesca de profundidade o torna suscetível à captura não intencional. A degradação do habitat devido a atividades humanas em águas profundas, como a exploração de petróleo e gás, também pode representar uma ameaça.
Número da População
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) classifica o tubarão-cobra-da-áfrica-austral Pouco Preocupante (LC). Mas não há informações suficientes para fazer uma avaliação precisa de seu status de conservação e do número exato de indivíduos. Sua raridade, habitat em águas profundas e a dificuldade de estudá-lo contribuem para essa falta de dados. Portanto, não há uma estimativa numérica da população.
Nicho Ecológico
Como predador de águas profundas, o tubarão-cobra-da-áfrica-austral desempenha um papel importante na regulação das populações de peixes e cefalópodes em seu habitat. Ele ajuda a manter o equilíbrio ecológico, controlando as populações de suas presas e contribuindo para a saúde geral do ecossistema de águas profundas, um ambiente ainda pouco compreendido. Sua existência também oferece insights valiosos sobre a evolução dos tubarões e da vida nas profundezas.
Curiosidades para Crianças
• O tubarão-cobra foi considerado por muito tempo o único membro existente de seu gênero e família. A existência de uma segunda espécie de Chlamydoselachus na África Austral foi inicialmente suspeitada a partir de um espécime capturado em Lüderitz , Namíbia, em fevereiro de 1988, pelo navio de pesquisa sul-africano FRS Africana (que viria a batizar esta espécie).
• Seus dentes tricuspidados são muito distintos e lembram os dentes de algumas espécies de tubarões extintos.
• As seis fendas branquiais com suas franjas são uma característica marcante e incomum entre os tubarões.
• É extremamente raro ser avistado vivo e em seu ambiente natural, sendo a maioria dos espécimes conhecidos proveniente de capturas acidentais.
• As pupilas de seus olhos são verdes.
• Os filhotes são deixados pela mãe depois que nascem, pois eles podem se virar sozinhos.
• A movimentação do tubarão-cobra-da-áfrica-austral é única entre os tubarões e é mais lento.
• Ao capturar sua presa, ele pode se impulsionar e ir direto á ela, é o único momento que ele consegue ser rápido.
• Eles possuem um estômago elástico, no entanto podem comer presas maiores que eles.
• Suas cabeças são mais curtas e suas nadadeiras peitorais são maiores do que a outra espécie de tubarão-cobra.
• Esses tubarões tem um sistema digestivo de ação rápida.
• Eles também podem passar fome por longos intervalos entre as alimentações.
• Eles possuem mandíbulas extremamente flexíveis que lhe permitem engolir presas cefalópodes inteiras.
• Comparado ao tubarão-cobra, o tubarão-cobra-da-áfrica-austral apresenta diversas diferenças proporcionais, incluindo cabeça e fendas branquiais mais longas, olhos e narinas mais espaçados , boca mais larga e maior distância entre a cabeça e as nadadeiras peitorais.
• Parece ser um predador especializado de tubarões menores, usando suas mandíbulas flexíveis e numerosos dentes recurvados em forma de agulha para capturá-los e engoli-los inteiros.
• A reprodução é presumivelmente vivípara aplacentária , como com o outro membro de sua família.
• A boca considerável é colocada terminalmente no focinho rombudo, contendo cerca de 30 fileiras de dentes na mandíbula superior e 27 fileiras de dentes na mandíbula inferior. Cada dente tem três cúspides delgadas, lisas e recurvadas, com pequenas cúspides entre elas, e uma base que se interliga com o dente atrás dele.
• Existem seis pares de longas fendas branquiais , com o primeiro par se encontrando sobre a garganta.
• Seus dentes recurvados em forma de agulha impedem que a presa escape.
• Um espécime de 92 cm (36 pol) de comprimento foi encontrado engolindo um tubarão-gato fantasma (Apristurus sp.) que media 40% do comprimento do corpo.
• As fêmeas são maiores que os machos.
• Eles possuem uma camada reflexiva na parte de trás do olho que amplifica a luz, permitindo que os tubarões-cobra-da-áfrica-austral vejam melhor no escuro. É essa camada que causa o brilho nos olhos.
Referências
1. https://en.m.wikipedia.org/wiki/Southern_African_frilled_shark
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